O Tkdlivre sai do Jogo Político de cabeça erguida.


Prezado leitor, nos desculpem, mas é hora de parar!

 

Senhores dirigentes, cartolas e pretendentes a cargos administrativos no taekwondo brasileiro, guardem suas armas, baixem seus escudos, poupem-se dos “Ctrl C”, “Ctrl V” e “Print screen”. Esta é a última publicação de Editoriais e da Seção Tiro Livre: duas de nossas seções atualizadas semanalmente. Ambas, as de maior contundência e relevância no trato dos problemas, soluções e mazelas do Taekwondo nacional.

A partir de hoje, o Tkdlivre se afasta em definitivo do jogo político. Poupem seu tempo.

Em respeito aos leitores, parceiros, colaboradores, pesquisadores entre tantos, este Site ficará disponível a comunidade taekwondista até 10 de Outubro, quando sairemos do ar por um período ainda indeterminado.

Se a nossa contribuição não serve para o debate político, ou num olhar diferente no taekwondo deste país, e até para estimular uma nova perspectiva no trato desta modalidade, tudo perde o sentido. Seria burrice ficarmos alimentando “provas” contra nós mesmos para possíveis represálias jurídicas.

Poupem-se e poupem a justiça; ela tem demandas mais relevantes do que ficar blindando dirigentes que não assumem plenamente sua missão, sua responsabilidade, os quais não estão dispostos a arcar com o ônus de serem criticados ou questionados enquanto mandatários no comando de organizações de interesses coletivos.

Sob o Regime do medo não dá!!!

E para os antecessores, YMKim e JRKim, entre outros que pegamos no pé ao longo da jornada, nosso respeito, pois sempre aceitaram nossas críticas de forma democrática. Foram anos de trabalho e intensa contribuição com o taekwondo brasileiro. Foi tempo suficiente para admitirmos que a luta parece inglória, para não dizer quixotesca.

Durante muito tempo criticamos duramente a Gestão YMKim, seus erros, vícios e inércia. De alguma forma, contribuímos para a oxigenação do poder. Depois veio a Gestão JRKim, que, além de caquética, reproduzia os mesmos erros e vícios da anterior. De forma muito conturbada e precipitada veio um novo momento: a gestão Carlos Fernandes. Esta, até o momento, não apresentou nenhuma mudança significante, a não ser a do aumento dos recursos públicos, o que, independentemente de quem viesse a ocupar o cargo, viria de qualquer maneira, fosse quem fosse o dirigente da hora. Os erros e vícios se repetem, sobretudo no aspecto da duplicidade de cargos. E para piorar com um viés autoritário assustador.

Teríamos fôlego para ir mais longe? Sim! Alguns parceiros já começam a sentir nosso drama e até a se prontificar na divisão do ônus deste conflito. Sim, entendemos e agradecemos. Mas o que viria depois?

Temos que reconhecer nossas limitações e admitir que não dá mais para levar este projeto à frente. Se as coisas já eram difíceis, com a entrada deste novo gestor frente à confederação que administra o taekwondo brasileiro, permanecer no embate já beira o inconcebível. Por ironia do destino, no entanto, foi o primeiro dirigente que o Tkdlivre se empenhou, acreditando que havia nele alguma ESPERANÇA. Era a última cartada à crença de que as coisas poderiam tomar outros rumos. Erramos e erramos feio.

Muita coisa é suportável: a dor, a tristeza e até mesmo a fome. Mas, a insensatez dos truculentos é inadmissível. Viver sob o regime do medo é algo intolerável. Ocorre que não dá mais.

A nossa perspectiva nunca foi bem vista pelos nossos ilustres dirigentes que se aventuram na gestão de entidades, para gerir interesses de um coletivo de milhares de pessoas, entre os sonhos dos mais jovens, a ansiedade da juventude, o sonho olímpico e a crença de elevar o Brasil a um patamar esportivo mais respeitável. Todavia, não toleram ser vigiados ou criticados, mesmo fazendo bobagens. Mesmo que mantidos por verbas públicas.

Não percebem que ao aceitarem comandar entidades de convivência política, as regras deveriam ser diferentes às da vida pessoal privada. Não querem debater, tampouco se expor. Melindram-se por qualquer crítica. Até sugestões os incomodam e os ofendem. Querem mandar, querem subserviência, querem poder, ou seja, querem o bônus do poder, mas não toleram o ônus dos questionamentos, dos equívocos, erros e enganos. Assim, para não serem criticados, acabam sempre e, inevitavelmente, ameaçando, insinuando ou correndo para as barras da justiça, no intuito de se esconderem do debate.

Mais grave ainda é que para tais aventuras jurídicas usam os recursos públicos, enquanto nós mortais não ganhamos nada, a não ser a certeza da missão que é a de acompanhar, vigiar e fiscalizar os atos dos gestores frente às entidades de papel relevante na sociedade, além, é claro, de muitos aborrecimentos e cara feia.

Ironicamente assumimos de alguma forma o papel que caberia às federações. Mas a desgraça não é pequena, pois boa parte delas se veem cooptadas, subservientes e por conseqüência, com sua independência administrativa e política comprometidas. Alguns dirigentes regionais acabam por vezes virando parceiros das benesses do poder. Quando fogem à regra, se encontram apreensivos e amedrontados.

Infelizmente, a justiça fria, muda, surda e cega se torna indiferente às dores de quem sofre por ver seu trabalho e perspectivas nas mãos de gente insensata. Esta, onde era para ser guarita de defesas legítimas, acaba virando rota de fuga e de blindagem de gente que não quer se aborrecer e que não assume na plenitude suas obrigações. Ademais, uma briga jurídica implica despesas e aborrecimentos a quem não tem uma estrutura jurídica tão poderosa à disposição. Muito menos recursos públicos para isto. Portanto, poupem estes recursos e façam melhor uso deles, quem sabe contratando uma boa assessoria de comunicação ou de imprensa. Com certeza,  uma melhor contribuição.

Além do mais, ações judiciais não garantem nada. Quem o fez, vê sua entidade e estado definhar. Pois, respeito e credibilidade não se conquistam desta forma, mas sim com postura, fibra e atitudes que vão ao encontro dos interesses do coletivo a que se propuseram gerenciar.

O espaço agora fica em aberto. Encerram-se então por aqui os trabalhos do veiculo de comunicação que foi o maior formador de opinião do taekwondo brasileiro nos últimos anos e que crescia assustadoramente em acessos e credibilidade. Mas confessamos: temos limites.

A luta agora fica para outros que tenham mais energia e inteligência para a batalha ou, quem sabe, a uma militância política a ser orquestrada de forma mais bem elaborada dentro das mídias sociais.

Tkdlivre sai do Jogo Político de cabeça erguida. Enganam-se os que acham que há vencedores. Na verdade, perdemos todos. O taekwondo brasileiro, a partir de agora, fica mais pobre. Não temos dúvida.

Mas não nos iludamos; os problemas continuam os mesmos, as demandas que vem pela frente não mudam, pior, nos trazem perspectivas sombrias. Agora, de longe, vamos assistir de camarote os tropeços de gente despreparada na seara administrativa desportiva. Chega de prestar consultoria em troca de cara feia dos arrogantes, insanos e insensatos.

Não somos vítimas, éramos parte de um sistema que agora avança para caminhos perigosos.

A verdadeira oposição terá de sair da toca e os indignados terão de se manifestar.

Enquanto isso, à margem deste processo, preparamos para um futuro próximo todo o material publicado ao longo desses anos. Um novo projeto entra em curso: a publicação de um livro com todos os editoriais ao longo do período. Serão mais de 600 páginas traçando a história política do taekwondo brasileiro.

Até a próxima.

Fonte: Ediatorial
Site: Tkdlivre.com

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Uma resposta para O Tkdlivre sai do Jogo Político de cabeça erguida.

  1. Erick Castro disse:

    O TKD brasileiro só perde com isso.

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